Da desordem ao Pragmatismo
Um dialogo sobre a violência

Ligando a televisão notei o quanto os noticiários mais representativos do Brasil estão focalizando a luta policial contra o trafico de drogas na cidade do Rio de Janeiro.
Neste momento surgem distinções rotulares do tipo.: guerra civil, tomada do crime organizado, corrupção e poder...de fato o que ocorre tem conotação com cada titulo elaborado. Elaborado não, corrigindo, NUTRIDO.
Deixemos a ingenuidade de lado, a guerrilha não começou nesta semana ou no mês passado. Ela começou desde o dia em que nascemos... Não se pode pensar em guerra somente visualizando alguém com uma arma em punhos... Obviamente porque não se obtém qualquer definição coerente à situação em que todos, sem exceção chegamos, somente atentando para os aspectos mais peculiares. A destituição da ética, ou de uma proveniente constituição que assegure indiscutivelmente os direitos e deveres sociais advem de forma a viabilizar a relutante dissimulação do caráter humano já nos primórdios arquitetônicos governamentais.
Me lembro com tristeza da tragédia no morro do Bumba, onde depois de intensa investigação ficou constatada a má organização estrutural do projeto, coincidindo com a postura negligente dos órgãos competentes da cidade.
Jean Jacques Rousseau, autor contratualista e iluminista, ensina de maneira lúcida a Democracia a partir de conceitos consistentes no ESTADO.
Segundo ele, o estado é antes de tudo cada fronteira, seguido de cada portfólio onde as leis são distribuídas as regiões de acordo o incidente contingente populacional. A definição é simples de minha parte. Num dado momento oportuno o texto da obra “O Contrato Social” distingue que, quando as regras não atingem beneficamente em instancia igualitária todo membro pertencente à nação, então temos uma anomalia instaurada, melhor dizendo desordem, traduzindo para a atualidade não há DEMOCRACIA.
Mas não para por ai... Voltando a temática Rousseau ainda diz.: “ O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre o senhor se não transformar sua força em direito e a obediência em dever”.
Pois bem. Os moradores do Bumba só souberam que a DEMOCRACIA não chegou até eles depois de muitos de seus familiares serem soterrados pelo lixo, ninguém havia sido informado que ali fora um aterro sanitário, um desarticulado lixão, oculto nas clausulas.
Então convenhamos que violência não se trata somente de tiroteio... Mas das falcatruas apaziguadas.
Pra finalizar alguns argumentos a despeito.:
“Se um bandido subtrai minha bolsa, estou obrigado por consciência a da-la, afinal a pistola é um sinônimo de poder” ( Rousseau)
Professor de Filosofia em sala de aula.:;
“No Brasil quem se dana são os três P – Preto, Pobre e Puta”.
Cienasta amigo em mesa de bar.:
“A violência é um vírus que nós mesmos criamos e agora não sabemos como coibir”.
É necessário entender que suas proporções são muito maiores. Porque ela reside na fome, na ausência de uma educação de qualidade, no desemprego.
Ela é cada um de nós feito animais enjaulados, que quando provocados despertamos espalhando mundo adentro o teor de nossas feridas mal curadas.

Comentários

  1. Renato, gostei muito deste texto. É muito similar a um artigo que escrevi recentemente sobre o mesmo assunto. Se o veículo de comunicação que eu enviei não publicar, retransmitirei por e-mail aos amigos.

    Continue na labuta do blog.

    Abs.

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