As convenções do Amor moderno
A inteligência estanca a harmonia dos amores. Não porque negligencia sua essência funcional prioritária; mas porque engessa sua natureza neutra.
O principio ativo que lhe cobre sofre interferências particulares o que por sua vez dissimula, divide, categoriza.
Os sentimentos ficam expostos como numa aquarela de intenções, mas quase nunca se compreende que a experiência do amor se perpetua quando na sua inteireza.
Mas o que de fato podemos intitular amor?
Muita gente se perde no momento de pontuar sua concepção básica, e isso se deve unicamente pela convenção de conceitos pra tudo o que se subtende como sendo certo ou de bom senso.
Amor é a vida na sua totalidade... E seus exemplos clássicos são.: a resposta acentuada do nascer do dia, os frutos da chuva para as colheitas, o desabrochar da fauna e flora, a eterna maternidade e o advento da juventude.
Creio que a anatomia do tempo é quem molda as impressões. As estações do ano são mais intensas, ou quando não são, seus efeitos antes ordeiros são imperceptíveis devida a exaustão desencadeada.
Quando o humano desaprende a notar suas inspirações sensatas então passamos a ouvir frases de cunho clichê como : No meu tempo casamento era duradouro... ou Gente nova respeitava o mais velho.... (tudo verdade)
Não existe mais profunda sinceridade, não há risco sobre valente em tentativas ousadas na busca de aprender mais do outro que é teu e meu semelhante.
A pergunta adicional é. Há um culpado pra tudo isso?
As relações humanas passam a funcionar como num pente fino, onde tudo passa por instantes fora da margem de calculo, da precisão ou da simples utopia.
Casamentos são programados por um termo assinado em concordância mutua, sem resgates, casal moderno mora em casas separadas, filhos é projeto ultrapassado.
Mas o amor de fato continua o mesmo. É o mesmo amor que definha nas rampas de um hospital quando se despende de seu ciclo, e continua sendo o mesmo amor quando reaparece no berçário estabelecido pela concretude do nascimento.
O Amor vai morrer e renascer todos os dias. Não vai parar de acontecer só porque o ser humano deixou de prestar atenção nos seus surtos e falas.
Nem vai deixar de fluir ainda que em encruzilhadas escuras, devido o regime ditatorial dos modismos ou do aparato imprevisto do tempo.
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